O seminário da Profero, agência digital sediada em Londres, nos convidou a voltar para o futuro. Com tom inflamado, Wayne Arnold, Scott Rodgers e Patrick Collister apresentaram um conteúdo subversivo, que pela primeira vez transmitiu uma mensagem ácida e crítica contra a propaganda e as grandes corporações.
1950. A propaganda era utilizada com a única função de comunicar as características de determinado produto e seus benefícios para quem fizesse uso dele. Por isso, havia um grande foco na qualidade e aprimoramento do produto.
1970. Com o passar do tempo, os publicitários descobriram uma mina de ouro: com propaganda podiam pedir mais dinheiro e entregar menos produto. E aí vimos uma série de exemplos de episódios reais que envolviam acidentes com consumidores decorrentes da má qualidade de produtos de marcas como Mercedes e Cadbury (aquela do gorila). Essa foi a era da mídia, em que a indústria da comunicação capitalizou os formatos tradicionais (30″, pág. dupla, etc.) para vender “eyeballs” – número de olhos que a mensagem impactaria (sem que esse impacto necessariamente gerasse relacionamento).
2000. Hoje, ‘alcance’ e ‘frequência’ já não colam mais. O consumo de mídia mudou radicalmente, talvez pelo grande poder que a internet deu aos consumidores. As marcas precisam voltar para o passado e resgatar a autenticidade. As pessoas já estão vacinadas contra o “blá blá blá” da publicidade tradicional, e buscam novas formas de relacionamento e conexão. Essa nova realidade obriga as marcas a organizar idéias ao redor de valores reais e relevantes para tentar fazer as pessoas felizes. No fim das contas é isso que importa.
Para acompanhar essas mudanças, a publicidade precisa se reinventar. Nós somos muito conservadores. Temos foco no hoje. Precisamos dar resultado a curto prazo. Acabamos sendo “solucionadores de problemas”, quando deveríamos ser agentes de mudança.
Está na hora de refletirmos sobre nosso papel como influenciadores sociais do consumo e do pensamento, buscando desenvolver um trabalho que realmente faça a diferença. Se as marcas querem falar com pessoas, precisam agir como pessoas. E ninguém gosta de gente egoísta e mentirosa.
O caminho para as marcas parece ser resolvida com a equação ‘pessoas’ + ‘negócios’ + ‘ética’.
Alisson Avila e Gustavo Gontijo
ainda com a cabeça em Cannes, porém não mais com o corpo
Estou acessando pela primeira vez o site e o blog de vocês e fiquei muito feliz por encontrar este texto.
De fato, precisamos rever tudo, como comunicadores temos responsabilidades sim, não é só levar uma grana e deixar que o resto aconteça. Parabéns pelo texto! Adorei a equação final, que ela se propague aos quatro ventos!
[…] Os famosos copos de Gustavo Gontijo. […]