Sempre é bom quando aparece uma informação que confirma “cientificamente” o que sentimos. Estamos falando do fato de que, para os adolescentes, a vida online é muito mais adequada e fácil para se expressar do que a vida offline. E não só para eles: todos os excluídos, feios, estranhos e demais grupos sociais taxados de “diferentes” concordam com isso.
Matéria do Telegraph desta semana comenta o caso, focado nos jovens, a partir de uma pesquisa do MySpace britânico com 16,000 usuários do portal. Uma das conclusões da pesquisa é que os youngsters acham que se inserir e serem aceitos em grupos offline – aqueles, de seres humanos de carne e osso – é uma coisa muito difícil e eventualmente traumática. Eles também consideram que não conseguem se descrever e se expressar ao vivo com a mesma facilidade de uma nuvem de tags.
É claro que é muito mais fácil iniciar relacionamentos (e achar que eles são legítimos) por meios digitais. Ali, construímos nosso posicionamento perante o mundo do jeito que desejamos (quem se mostra como infeliz ou com problemas online?), minimizamos os riscos de má interpretação, não nos expomos a micos da vida real. Ou seja, o normal – a rua, o olho no olho – passa a ser algo difícil.
Sempre temos subjetividades, linguagens não verbais e limitações de comportamento e de jeito de ser que fazem as nossas relações pessoais, ao vivo, algo potencialmente confuso. Mas não é justamente aí que está a graça?
O ponto é que para os Millenials não existe a diferença de vida real ou virtual. As duas coisas são diferentes, mas pertencem ao mesmo contexto – são a mesma “coisa”. Então isso não é uma questão. Sendo assim… everybody goes online.
Alisson Avila
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