O assunto é enorme e hora dessas volta aqui para o blog, mas emulação é uma palavra essencial para entender nosso momento global. E isso só tem a se intensificar. Pouco usada, mesmo diante do fim da percepção entre o que é “virtual” e “real” na cabeça da molecada de hoje, a emulação é o “sentimento que incita a imitar ou a exceder outrem”. E emular, “empenhar-se na mesma pretensão”.
Há menos de dez anos, por exemplo, a música eletrônica ainda era vista como uma “emulação da música real” – um conceito totalmente sem sentido hoje. Dependendo do ponto de vista, portanto, temos em novidades como o DJ Hero, a inevitável extensão do Guitar Hero ou do Rock Band, a emulação da ex-emulação:
Nenhuma crítica gratuita, bem pelo contrário. A questão é, digamos, filosófica: tratam-se apenas de novas formas de representar as coisas que deram origem à série: Kindle para livros, Google para biblioteca, iPod para walkmen, AutoTunes, ProTools ou compressores para gravações musicais, data visualization para informação e por aí vai.
O conceito e o fato são muito anteriores à virada digital. Eles se espandem por produtos, tecnologias e sobretudo comportamentos sociais: basta pensar no lado cafona dos novos ricos, na torcida “alma castelhana” do Grêmio ou mesmo no mimetismo do reino animal para ver diferentes caminhos que tangenciam a emulação, a tentativa de se apropriar, copiar, ultrapassar o original. Algo totalmente irreversível e até mesmo “evolucionista” – e que justamente por isso não exige nosso questionamento, e sim nossa reflexão.
O Pacemaker também serve como uma interessante emulação dentro do universo da criação eletrônica. O produto já tem mais de ano, mas vale ser destacado pelo modo incrível em que simplifica e potencializa o papel do DJ e nossa relação com o remix e o mash up:
Lembre-se do conceito de emulação na próxima vez que você for se descrever em um fórum de discussão, chat ou perfil em redes sociais…
Alisson Avila
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